Escrito por:Denise Mendes.
domingo, 20 de dezembro de 2009
O Pergaminho
Escrito por:Denise Mendes.
sábado, 12 de dezembro de 2009
Uma vontade, uma misteriosa noite e uma perseguição
As suas pernas andavam, devagar como sempre, tudo parecia normal, tudo estava normal. O mesmo tédio corria-lhe pelas veias, perfurava suas artérias e corria por todo seu corpo. A vida tinha um gosto inútil, incolor e sem cheiro. Tudo girava e rodava em torno de preocupações, em torno de coisas já passadas, em torno de um dia, de uma vida complexa e sem nexo. Até as velhas paredes já tinham o cheiro de mofo, não eram mais somente os seus livros, a sua vida, e os seus ossos.
Há muito tempo algo lhe faltava, algo que não lhe necessitava para viver, mas, que era de profunda importância. Esse algo era um tormento, e, ao mesmo tempo uma dádiva pela qual sentia a enorme necessidade de ter ao menos mais uma vez. O seu corpo sentia falta e sua alma também.
Foi então que mesmo ignorando os medos, os desafios, os obstáculos, os sentidos e suas próprias razões, ele saiu, pôs os pés descalços no chão, sentiu lentamente cada pedaço de grama, e caminhou porta a fora , lentamente,abriu os olhos e viu a luz da qual a anos não via.Caminhou mais , olhou tudo, analisou tudo, sentiu aquilo que queria,e isso lhe mexeu a cabeça, sua vontade de continuar era maior que o desejo de voltar, e, aos poucos sem que ao menos percebesse ele se afastara tanto da porta e de tudo aquilo que por ele era conhecido, e, quando mal perceber o dia tinha se acabado, as luzes tinham ido embora,e apenas o que lhe restara era uma
vaga solidão de uma noite deserta.O desespero batera quando percebera que não sabia onde estava,e, as coisas só pioraram quando percebera que ela estava chegando, seu corpo tremeu todo, sua voz sumiu, seu coração trêmulo entrou em disparada.Ele queria correr mais suas pernas não deixavam, ele então tentou caminhar rapidamente, mas ela parecia está se aproximando, a agonia o envolvia, ainda mais em saber, que não importava onde ele estivesse ela o alcançaria de todas as formas, foi então , que ele correu, mas, era tarde demais.
O vento começou a bater em seu peito, sua respiração podia sentir que ela estava chegando cada vez mais.Ele queria continuar a correr, pois a presença dela se tornava cada vez maior, mas eras era impossível, suas pernas gritavam de dor para que ele parasse, entretanto o pensamento de que ela estava perto o fizera continuar a ignorar toda sua dor.Ele precisava chegar em casa.Era tudo que estava em sua mente,e, tudo que ele faria a qualquer custo.
Quando finalmente avistara no horizonte sua casa, em meio a ânsia e ao desespero, e, ao objetivo de chegar, ele tropeçara em seus próprios pés, o vento batera no seu rosto seu rosto , ela chegara em fim sobre ele e caíra em seu corpo, ele perdera o ar, e ela somente aumentava os golpes sobre ele.Tudo parecia perdido, ele não tinha como escapar, ela o atingira com cada vez mais força, enquanto o vento jogava areia sobre seu corpo dolorido, entretanto, mesmo parado, ele sabia que tinha que escapar, que ir para longe dela, e fugir de sua brutalidade, e de seus barulhos mórbidos que entravam por seus ouvidos, foi então, que mesmo ofegante ele levantara-se do chão, e juntara todas as forças que tinha, correra, e, então chegara em casa, fechara a porta,todo molhado da chuva que ainda insistia em cair.
Escrito por: Denise Mendes.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
O Soldadinho
Durante dias, meses e anos as coisas funcionaram assim, entretanto, um dia, tudo isso acabou. Tudo o que havia sobrado era a poeira, e, a esperança de que talvez, o vendedor, aquele que um dia chamaram de pai, pudesse voltar.
Com o passar do tempo, todos estavam impacientes, não aguentavam mais ficar presos naquelas caixas, até que um dia, libertaram-se da vaga solidão que aquelas caixas proporcionavam.Todos, exceto o soldadinho de chumbo.
Inúmeras foram as tentativas de convencer ao soldadinho para que ele saísse e fosse brincar com os outros brinquedos, mas ele sempre os ignorava com seu silêncio.
O tempo passara, e as marcas desse tempo não deixaram apenas uma camada grossa de poeira na caixa do soldadinho, mas deixara também o mais profundo arrependimento de ter desperdiçado sua vida esperando uma coisa que nunca aconteceria. E como um de seus últimos atos ele saiu da caixa e brincou, mesmo calado e sério, como nunca alguém havia brincado antes. Até que, pisou em uma peça de lego, tropeçou entre seus próprios cadarços e foi arremessado da mesa, com tudo, ao chão. E foi aí, quando estava em pedaços, que então, de seus olhos lágrimas caíram, como água, sobre seu corpo inerte, e, ele dera então seu primeiro e último sorriso.
Fim.
Escrito por : Denise Mendes.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
A menina e a estrela.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
O menino e o velho
O menino então apenas olhou desesperadamente para os lados, com o mesmo olhar de desespero que o havia invadido outras vezes. Cansado, com uma enorme tristeza em si mesmo, começou a caminhar, então, e, não muito longe do lugar que minutos antes estivera ele ouvira uma rouca voz.
-Por que estás triste?
...
Ele então se virou e viu encostado na parede amarela um velho senhor barbado de roupas simples.
-Eu perdi meu livro; respondeu o garoto com um leve desânimo, e, voltando a caminhar.
-E o que pretendes fazer?
-Nada! Eu já o procurei em todos os cantos, mas não consegui achá-lo; disse o garoto parando no lugar em que estava.
-Então, é isso, pretendes desistir tão fácil só por que te pareces difícil?!
-Não, senhor, não me parece difícil, e, sim impossível – falou o garoto direcionando seu olhar para o velho.
-Meu caro, nada é impossível, pode parecer impossível, mas na verdade só é assim, porque acreditamos e vemos as coisas dessa forma.
-O senhor não entende...
-Não!-Falou o velho interrompendo o garoto- Você que não entende que fugir, ou, simplesmente desistir não é a solução- Disse o velho enquanto sentava em um dos bancos que estava ao seu redor.
-Eu não estou fugindo e muito menos desistindo-Falou o garoto afirmando com toda sua convicção.
-Então o que estás fazendo?
...
O silêncio pairou no ar.
O velho então sorriu e disse- Escute garoto não é tarde para tentar novamente ainda tens muito tempo por que não tentas de novo?
-Porque eu tenho medo de não conseguir achá-lo- Falou o garoto cabisbaixo.
O velho riu e disse- Não tenhas medo, mas se tiveres medo não deixe que esse medo amedronte a tua vontade de continuar a tentar.
...
-Escute talvez eu possa te ajudar... Fale-me como é esse livro?
-Eu não sei!Eu nunca o vi; disse confuso o menino.
-Mas se o visse terias certeza de como ele é?
-Não sei dizer, sabe, senhor eu vi muitos livros, mas nenhum deles pareceu ser o meu.
-Ouça nem tudo é o que parece ser. Se quiseres achar seu livro terás que não só apenas vê-lo mais senti-lo.
-Isso não é possível!Senhor um livro tem apenas palavras e palavras não podem ser sentidas.
-Realmente. Desculpe-me as palavras não podem ser sentidas, afinal, algumas sozinhas nem se quer tem um sentido, entretanto, quando as palavras se juntam no que apenas parece ser uma reles folhas de papel elas não apenas te dão um sentido, mas uma compreensão de um mundo surreal muitas vezes inimaginável.
Os olhos do menino brilharam um sorriso até chegou a aparecer, mas os dois depois de alguns segundos voltaram a desaparecer.
-Nossa!Tudo isso muito me encantou, mas existem muitos livros... Como vou saber se o que eu escolhi é o certo?
-Não irás saber nunca se é o certo, pois não há livros errados, por isso não tens como errar, e, mesmo que erres não tens como perder. Porque se tu verdadeiramente conseguires dá uma chance ao livro ele nunca será o errado.
Nesse momento a mãe do garoto entra e diz- Meu filho escolha logo o livro que a biblioteca já vai fechar!
Fim.
Escrito por : Denise Mendes
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Lua
Escrito por: Denise Mendes