Ternamente,
seus lábios encostavam a cama, ela adormecia ao lado de seu belo esposo. Ele
acariciava a face de sua mulher, enquanto contemplava com seus olhos amorosos,
os negros cabelos e a perfeição, a pureza e a beleza do corpo de sua amada,
quando de repente um grito distante vindo do jardim ressoou a fúria, o ódio e a
morte. Era um ataque. Uma flecha de fogo atingiu a janela do quarto.
Sem
nenhuma estúpida escolha. O príncipe e a esposa desesperadamente fugiram, com
algumas joias, roupas, armas e flechas, por entre os frios e largos corredores
que já se consumiam com o fervor e o fogo da guerra. Até que, finalmente,
encontraram uma porta na qual os direcionou por um deserto caminho por onde
eles fugiram, fugiram desesperadamente do cruel ataque.
Enquanto eles avistaram no horizonte a labareda
de fogo que queimava o grande e bonito castelo, eles se foram entristecidamente
pelas estradas que os levaram as frias e desconhecidas florestas do norte.
Ali,
cobertos pelo cansaço, pela lama, pelo medo e pela dor de tudo aquilo que
haviam perdido. Eles caminharam durante dias em busca de um abrigo. Até que
encontraram perto de uma enorme montanha uma fria e escura caverna.
Nesse
local, eles se abrigaram de todos os seus medos. E, durante três meses eles se
abraçaram, se beijaram e se amaram completamente. Até que a forte fome que os
consumia foi maior do que toda enorme completude do amor.
Foi
a partir disso que inevitavelmente o amor falhou, a
Mulher dos Cabelos Negros pediu brandamente que seu esposo saísse em
busca de algo para que eles comessem.
Seu
esposo, então saíra pela perigosa e misteriosa floresta a procura de alimentos
e voltara duas semanas depois com uma vasta e farta variedade de pequenos
animais mortos.
Então,
quando ele voltara, alegremente
agradecida pelo lindo banquete que preparia, A Mulher dos Cabelos Negros,
também conhecida como Branca de Neve, mais uma vez se enganara, pois ao correr
para os braços de seu marido ela confiara em seus sentimetos, sem contudo
entender que estupidamente ele a rejeitaria
com seus olhos incompreensíveis e que tal como a sua madrasta, ele a
enganaria e abusaria de toda a sua pura ingenuidade.
Fora
a partir desse dia que inexplicavelmente o diálogo entre eles cessara. Não
havia mais palavras.
As
coisas ficaram assim durante meses. A pobre menina se desesperara. Ela não
compreendera as intencionalidades dele e se recusara a acreditar na extinção do
amor que ele sentia.
Por
isso, enquanto chorara cortando um pedaço de carne dos muitos que ele tinha
trazido, ela se lamentara pela fatalidade, pois ele já não a procurava nem como
mulher, nem com os olhos e nem com os lábios.
Dessa forma, ao cogitar na
simples hipótese de traição, ela cortara, acidentalmente, com toda fúria e com toda dor; seu puro e
mísero dedo incador.
Então
ela correra, apenas enquanto o vermelho sangue escorria por seu caminho, ela
correrra em busca de quem a desprezara, ela correra em busca de seu marido, até
que uma flecha atingiu cruelmente seu peito.
Desesperadamente,
seu marido correu para os braços de sua amada sem acreditar no que havia feito.
Ele, enfim, percebera o quão equívoca fora ação de todos os seus atos
anteriores de sua mísera caça. Então,
ele a abraçara, beijando ardentemente seus lábios, desejando que o cruel
acidente fosse um sonho, e ele também a amara intensamente em seus braços com
sua consciência limpa, sem contudo compreender que seu estúpido comportamento
havia lhe guiado ao seu triste, fatídico
e cruel destino.
Escrito
por:
Denise Mendes
Desenhado por: Dinho Silva
Aproveite também para ver a versão dessa estória em vídeo.-.
Desenhado por: Dinho Silva
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