domingo, 20 de dezembro de 2009

O Pergaminho


Entre os séculos passados quando as pessoas ainda só se preocupavam com a guerra e a obtenção de poder a todo e qualquer custo,apenas , diante de tudo isso. Existia algo esquecido,que muitos não recordavam e apenas poucos o utilizavam. Este algo para muitos nada mais era do que um objeto de mera inutilidade, mas, apenas poucos, sabiam que se ele fosse usado nas mãos certas, ele seria muito mais do que importante, pois seu poder de absorver idéias e repassá-las a várias gerações empolgavam a muitos. Mas apenas poucos levavam tais idéias a frente, pois para praticar tal arte era necessário que se tivesse um dom incrível que muitos chamavam de :Escrever.
Muitos pensavam que as pessoas eram as que mais se empolgavam com a idéia da pratica de tal arte.I sso era um engano. Eles não sabiam que por dentro das casas, dos móveis existiam seres, e somente através deles era possível escrever. Eles eram conhecidos como: Pergaminhos.

O que as pessoas não imaginavam que entre tantos pergaminhos. Existia um que sentia por todo seu corpo que tinha nascido para ter sobre ele uma grande história, e, por isso, ele aguardava, todos os dias, na fria, escura gaveta, para que fosse escolhido e cumprisse,em fim , o papel que tinha nascido para desempenhar e protagonizar.

O tempo foi passando e cada vez mais a solidão aumentava, e, o pobre pergaminho já se via sozinho, isolado e sem a esperança que antes lhe preenchia,até que um dia, sentiu, levemente tocando sua superfície, o par de mãos ásperas, que arrancou-lhe da gaveta,pegou a caneta e sobre ele começou a escrever.A felicidade encheu completamente aquele pobre pergaminho, que devido ao ambiente abafado já se encontrava amarelado. Ele quase chorara de alegria, quando as mesmas mãos o pegou, amassou e o jogou dentro da lata de lixo.

Era o fim. Tudo estava acabado. Tudo parecia terminado. A falta de sentido invadia-o. A agonia, a dor e a solidão era tudo o que ele sentia. Parado ali, amassado, e ao redor de todo e qualquer tipo de lixo ele lamentara um dia ter começado a sonhar, mas, o que parecia que iria durar anos, durara alguns leves segundos que então transformaram-se em milésimos, que por fim simplesmente acabaram-se quando as mesmas mãos que o jogara no lixo o pegaram e fizeram nele a mais surpreendente história que alguém já pudera imaginar.

Fim...
Escrito por:Denise Mendes.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Uma vontade, uma misteriosa noite e uma perseguição


As suas pernas andavam, devagar como sempre, tudo parecia normal, tudo estava normal. O mesmo tédio corria-lhe pelas veias, perfurava suas artérias e corria por todo seu corpo. A vida tinha um gosto inútil, incolor e sem cheiro. Tudo girava e rodava em torno de preocupações, em torno de coisas já passadas, em torno de um dia, de uma vida complexa e sem nexo. Até as velhas paredes já tinham o cheiro de mofo, não eram mais somente os seus livros, a sua vida, e os seus ossos.

Há muito tempo algo lhe faltava, algo que não lhe necessitava para viver, mas, que era de profunda importância. Esse algo era um tormento, e, ao mesmo tempo uma dádiva pela qual sentia a enorme necessidade de ter ao menos mais uma vez. O seu corpo sentia falta e sua alma também.

Foi então que mesmo ignorando os medos, os desafios, os obstáculos, os sentidos e suas próprias razões, ele saiu, pôs os pés descalços no chão, sentiu lentamente cada pedaço de grama, e caminhou porta a fora , lentamente,abriu os olhos e viu a luz da qual a anos não via.Caminhou mais , olhou tudo, analisou tudo, sentiu aquilo que queria,e isso lhe mexeu a cabeça, sua vontade de continuar era maior que o desejo de voltar, e, aos poucos sem que ao menos percebesse ele se afastara tanto da porta e de tudo aquilo que por ele era conhecido, e, quando mal perceber o dia tinha se acabado, as luzes tinham ido embora,e apenas o que lhe restara era uma

vaga solidão de uma noite deserta.O desespero batera quando percebera que não sabia onde estava,e, as coisas só pioraram quando percebera que ela estava chegando, seu corpo tremeu todo, sua voz sumiu, seu coração trêmulo entrou em disparada.Ele queria correr mais suas pernas não deixavam, ele então tentou caminhar rapidamente, mas ela parecia está se aproximando, a agonia o envolvia, ainda mais em saber, que não importava onde ele estivesse ela o alcançaria de todas as formas, foi então , que ele correu, mas, era tarde demais.

O vento começou a bater em seu peito, sua respiração podia sentir que ela estava chegando cada vez mais.Ele queria continuar a correr, pois a presença dela se tornava cada vez maior, mas eras era impossível, suas pernas gritavam de dor para que ele parasse, entretanto o pensamento de que ela estava perto o fizera continuar a ignorar toda sua dor.Ele precisava chegar em casa.Era tudo que estava em sua mente,e, tudo que ele faria a qualquer custo.

Quando finalmente avistara no horizonte sua casa, em meio a ânsia e ao desespero, e, ao objetivo de chegar, ele tropeçara em seus próprios pés, o vento batera no seu rosto seu rosto , ela chegara em fim sobre ele e caíra em seu corpo, ele perdera o ar, e ela somente aumentava os golpes sobre ele.Tudo parecia perdido, ele não tinha como escapar, ela o atingira com cada vez mais força, enquanto o vento jogava areia sobre seu corpo dolorido, entretanto, mesmo parado, ele sabia que tinha que escapar, que ir para longe dela, e fugir de sua brutalidade, e de seus barulhos mórbidos que entravam por seus ouvidos, foi então, que mesmo ofegante ele levantara-se do chão, e juntara todas as forças que tinha, correra, e, então chegara em casa, fechara a porta,todo molhado da chuva que ainda insistia em cair.


Escrito por: Denise Mendes.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Soldadinho



Todos os anos numa época onde os sorrisos invadiam não só as crianças, mas também, os brinquedos que esperavam ansiosamente o momento de serem livrados não somente dos papéis, das fitas e das sacolas, mas sim , das caixas em que ficavam confinados até terem a sorte de serem contemplados com um dono.

Durante dias, meses e anos as coisas funcionaram assim, entretanto, um dia, tudo isso acabou. Tudo o que havia sobrado era a poeira, e, a esperança de que talvez, o vendedor, aquele que um dia chamaram de pai, pudesse voltar.

Com o passar do tempo, todos estavam impacientes, não aguentavam mais ficar presos naquelas caixas, até que um dia, libertaram-se da vaga solidão que aquelas caixas proporcionavam.Todos, exceto o soldadinho de chumbo.

Inúmeras foram as tentativas de convencer ao soldadinho para que ele saísse e fosse brincar com os outros brinquedos, mas ele sempre os ignorava com seu silêncio.


O tempo passara, e as marcas desse tempo não deixaram apenas uma camada grossa de poeira na caixa do soldadinho, mas deixara também o mais profundo arrependimento de ter desperdiçado sua vida esperando uma coisa que nunca aconteceria. E como um de seus últimos atos ele saiu da caixa e brincou, mesmo calado e sério, como nunca alguém havia brincado antes. Até que, pisou em uma peça de lego, tropeçou entre seus próprios cadarços e foi arremessado da mesa, com tudo, ao chão. E foi aí, quando estava em pedaços, que então, de seus olhos lágrimas caíram, como água, sobre seu corpo inerte, e, ele dera então seu primeiro e último sorriso.


Fim.
Escrito por : Denise Mendes.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A menina e a estrela.



A noite tinha um gosto amargo, e, a tristeza era o único sentido verdadeiro. Entre a escuridão, longe de tudo e todos, uma lágrima caía de um rosto desconhecido que todos faziam questão de ignorar.A pobre garota que nada dizia apenas chorava ,estava sentada à grama.Sua única companhia era o silêncio.


Perto dali havia uma multidão,festejando, embriagando-se, rindo e se divertindo, sem se quer notar a presença daquele pequeno anjo em forma de menina, que em lágrimas se desmanchava.

Com o passar do tempo, os milésimos apenas passavam, e, os minutos e as horas se misturavam entre a escuridão do anoitecer, até que, diante de inúmeras pessoas, veio em passos lentos, um menino, que foi se aproximando aos poucos , até o instante em que a distância não fosse tão grande.

Durantes inúmeros minutos ela ficou ali chorando sem ao menos perceber a presença dele, mas quando finalmente o notou suas lágrimas cessaram e parte de sua tristeza fora substituída e toda qualquer atenção fora movida apenas para uma pergunta.

-Quem é você?!- Perguntou a menina mostrando bastante espanto.

-Você não acha as estrelas bonitas?-Disse o menino com ternura olhando para o céu mesmo vazio e coberto de nuvens.

-Sim realmente elas são lindas... -Disse mesmo não entendo onde ele queria chegar com isso.

-Você parece uma estrela, só que diferente de você as estrelas não choram...

-Vem cá! Eu te conheço por acaso?!

-Antes eu não entendia por que as estrelas gostavam de ficar sós...

-Ei! Você tá ouvindo o que tô falando?
-Claro! Impossível não ouvir sua voz é linda tanto quanto uma melodia...
-Você é louco?!

-Sim! Por tudo aquilo que insiste em ser belo...

-Vá embora! É melhor assim... Eu não tô muito bem pra conversas...

-Oras! Por que não?

-Escuta! Você parece ser uma pessoa legal... E eu não quero apagar teu sorriso com a minha tristeza...

-Olha... Tua tristeza é escuridão...Enquanto o meu sorriso é o brilho das estrelas,por mais que tua escuridão me invadisse ela nunca iria me apagar...Ela apenas iria ressaltar meu brilho.

-Quem é você?- Perguntou novamente com um sorriso.

-Você sabe qual é a mais bela música do mundo?

-Qual?- Perguntou ela.

-É aquela que muitos se recusam a ouvir e que não pode ser tocada por nenhum instrumento, é simplesmente o silêncio.

-Eu conheço essa música... Ela e a solidão costumam me acompanhar sempre.

-Será que tu não percebes?-Ele então colocou suas mãos sobre as dela – Que enquanto tu ficas olhando para o nada as estrelas, o universo e até mesmo o infinito param só para admirar tua beleza.

-Nossa! Isso é estranho... Eu realmente sinto que te conheço mesmo mal sabendo quem você é... -As mãos dele tocaram seus lábios, a profundidade de seus olhares se encontrou, e, antes que suas bocas se encostassem ele sussurrou ao seu ouvido- Tu me conheces eu sempre estive contigo mesmo que tu nunca tenhas me visto-E então nasceu não apenas um beijo, mais o choque das mais diversas sensações e a união de duas almas em um só corpo.

Quando os olhos da menina se abriram ela percebera que estava só e que não tinha ninguém à sua frente. Ela pensou está louca, até que no segundo seguinte, entre o que nada havia, percebeu ao alto de sua cabeça a mais brilhante estrela que já pudera ver, e, foi assim, que mesmo não compreendo nada ela conseguira entender tudo.
Fim.

Escrito: Por Denise Mendes...xD

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O menino e o velho


O menino então apenas olhou desesperadamente para os lados, com o mesmo olhar de desespero que o havia invadido outras vezes. Cansado, com uma enorme tristeza em si mesmo, começou a caminhar, então, e, não muito longe do lugar que minutos antes estivera ele ouvira uma rouca voz.

-Por que estás triste?
...
Ele então se virou e viu encostado na parede amarela um velho senhor barbado de roupas simples.

-Eu perdi meu livro; respondeu o garoto com um leve desânimo, e, voltando a caminhar.

-E o que pretendes fazer?

-Nada! Eu já o procurei em todos os cantos, mas não consegui achá-lo; disse o garoto parando no lugar em que estava.

-Então, é isso, pretendes desistir tão fácil só por que te pareces difícil?!

-Não, senhor, não me parece difícil, e, sim impossível – falou o garoto direcionando seu olhar para o velho.

-Meu caro, nada é impossível, pode parecer impossível, mas na verdade só é assim, porque acreditamos e vemos as coisas dessa forma.

-O senhor não entende...

-Não!-Falou o velho interrompendo o garoto- Você que não entende que fugir, ou, simplesmente desistir não é a solução- Disse o velho enquanto sentava em um dos bancos que estava ao seu redor.

-Eu não estou fugindo e muito menos desistindo-Falou o garoto afirmando com toda sua convicção.

-Então o que estás fazendo?
...
O silêncio pairou no ar.
O velho então sorriu e disse- Escute garoto não é tarde para tentar novamente ainda tens muito tempo por que não tentas de novo?

-Porque eu tenho medo de não conseguir achá-lo- Falou o garoto cabisbaixo.

O velho riu e disse- Não tenhas medo, mas se tiveres medo não deixe que esse medo amedronte a tua vontade de continuar a tentar.
...
-Escute talvez eu possa te ajudar... Fale-me como é esse livro?

-Eu não sei!Eu nunca o vi; disse confuso o menino.

-Mas se o visse terias certeza de como ele é?

-Não sei dizer, sabe, senhor eu vi muitos livros, mas nenhum deles pareceu ser o meu.

-Ouça nem tudo é o que parece ser. Se quiseres achar seu livro terás que não só apenas vê-lo mais senti-lo.

-Isso não é possível!Senhor um livro tem apenas palavras e palavras não podem ser sentidas.

-Realmente. Desculpe-me as palavras não podem ser sentidas, afinal, algumas sozinhas nem se quer tem um sentido, entretanto, quando as palavras se juntam no que apenas parece ser uma reles folhas de papel elas não apenas te dão um sentido, mas uma compreensão de um mundo surreal muitas vezes inimaginável.

Os olhos do menino brilharam um sorriso até chegou a aparecer, mas os dois depois de alguns segundos voltaram a desaparecer.

-Nossa!Tudo isso muito me encantou, mas existem muitos livros... Como vou saber se o que eu escolhi é o certo?

-Não irás saber nunca se é o certo, pois não há livros errados, por isso não tens como errar, e, mesmo que erres não tens como perder. Porque se tu verdadeiramente conseguires dá uma chance ao livro ele nunca será o errado.

Nesse momento a mãe do garoto entra e diz- Meu filho escolha logo o livro que a biblioteca já vai fechar!


Fim.


Escrito por : Denise Mendes

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Lua






Nos teus olhos há um brilhar
Que agora só quer te admirar.
Nossa! Tu és a mais bela de se ver
Que quem não acha isso só cego pode ser.

Tua face arredondada me faz suspirar
O teu clarão só me faz hipnotizar.
Oh! Anjo do meu lindo anoitecer
Queria poder eu no sempre te ver

Quando a noite se acabar
Minha querida eu começo a chorar,
Porque cada segundo sem te ter,

Meu amor, eu sinto que não vou viver.
Oh!Lua tu só me fazes inspirar
Com tua formosura e lindo brilhar.

Escrito por: Denise Mendes

A Borboleta azul

Voava entre as plantas,a s árvores,entre o cheiro da grama verde e da terra molhada, contra a leve brisa gelada, a pequena borboleta azul, que com suas frágeis asas apenas voava aos campos repletos das mais variadas flores que se podia imaginar.Há dias que ela apenas voava em busca de algo que explicasse a sua existência, que lhe motivasse a ser feliz, que a deixasse em êxtase,que marcasse sua vida.



Dias se passaram e tudo tinha ainda o mesmo gosto, no começo esse gosto era o sentido de tudo, mas com o passar do tempo o gosto mudara assim como a borboleta azul, ela percebera que passar os dias, voando, sem destino, e, aproveitando aquilo que chamara de liberdade,já não tivera mais sentido e nem sequer a deixara tão feliz como antes.Ela então, confusa, decidira não voar mais, passara o dias então,parada, a princípio, ela quisera desitir dessa idéia, mas quando pensara em voltar a voar, suas asas perdiam a força e a tristeza lhe abatia.



Ela então passara dias ,ali, inerte,sobrevivendo aos predadores e as chuvas, até que, chegara um dia que ela olhara sua asa azul e percebera que o azul de suas asas desbotara,percebera que seu corpo também já não era mais o mesmo, ela então entendera que o tempo tinha passado e que com o passar desse tempo ela envelhecera, nesse momento, ela se entristecera, pois, notara que na sua busca incessante de encontrar um sentido abrira mão de viver ,e, fazer aquilo que mais gostava que era voar.Ela então juntara força, toda a que tinha em si, e levantara voo, e, quando fizera isso, sentira uma felicidade jamais sentida antes, ela então voara durante alguns longos e felizes minutos ,até dar um último suspiro e cair à grama verde do chão.


Moral da estória: As vezes passamos dias procurando um sentido, sem perceber, que o mesmo se encontra dentro de nós, por isso não desperdice sua vida pensando no que você poderia ter, dê valor ao que você tem, porque se você não fizer isso pode chegar a um momento de sua vida que você vai perceber que aquilo que você não deu valor era o que mais lhe fazia sentido.