quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A inesquecível história de amor




Era véspera de natal. Eu estava bastante angustiado. Eu já não suportava continuar ouvindo repetidamente aquelas músicas natalinas e nem sequer enfrentar aquela fila gigantesca do supermercado.
Eu estava ali, em pé e sozinho, há quase uma hora esperando para ser atendido. O supermercado estava insuportavelmente lotado. Minhas pernas doíam. Todos ao meu redor estavam com um semblante fechado e conversavam sobre coisas desinteressantes e chatas. 
Parado naquela fila, eu segurava meu carinho, eu me arrependia muito por ter deixado para fazer as compras do natal naquele dia. Quando repentinamente a encontrei. Ao redor de um ambiente tão estressante, a poucos metros de distância, debaixo de um uniforme feio e junto com as outras atendentes, eu encontrei seu rosto e seu sorriso. Eles eram tão atraentes e ternos que me convidavam para olhá-la repetidamente.
Ela era uma linda morena dos olhos verdes. Não posso dizer que aquele momento que a vi foi um momento mágico até porque nunca fui um homem romântico. Mas, admito que ela realmente conseguiu chamar minha atenção por bastante tempo e que ela tornou aquele supermercado em um ambiente completamente agradável.
Eu ainda continuei ali por uma hora. Pensei em muitas coisas, mas naquele espaço de tempo eu não consegui para de olhar para ela. O seu rosto era tão bonito. Eu queria entender porque ela me atraía daquele modo. Eu queria convidá-la para sair e me distanciar daquele lugar tão tumultuado, mas era quase impossível chegar até ela. 
A fila continuava enorme.  Parecia que eu nunca iria ser atendido.  Até que, eu finalmente cheguei próximo ao caixa dela. Mas justo nesse momento houve um enorme apagão no supermercado. 
Ficou tudo muito escuro e as pessoas começaram a fazer um grande tumulto. Instantes depois a luz voltou, porém ela havia desaparecido. E, lamentavelmente outra pessoa estava no caixa. Aquilo foi decepcionante. 
Mais tarde, ao chegar em casa coloquei as compras na cozinha e minha mãe e, minhas tias preparam uma ceia farta e repleta de muitos pratos gostosos.
            À noite, eu fiquei em casa com minha família até às dez horas. Depois, eu fui para a festa no condomínio de um amigo.  
Desenhado por: Dinho Silva
            Ao chegar lá, estacionei o carro, entrei no salão de festas e tentei disfarçar as frustrações que eu havia passado mais cedo. Cumprimentei os colegas e fui para mesa de bebidas pegar um taça de champanhe. Até que olhei para o lado e a encontrei.
            Ela estava muito bonita, com um vestido vermelho e com o mesmo sorriso terno do supermercado. Naquele momento eu não perdi tempo não. Fui logo me aproximando dela.
Passamos a noite conversando na varanda, ela era muito inteligente, conversamos bastante sobre arte, música e sociologia. 
No amanhecer roubei-lhe uns beijos. Acariciei seu rosto terno. Peguei seu número, gravei no meu celular e a vi partir para sua casa com uma amiga. 
Contudo, antes de partir, ela correu para os meus braços e lhe prometi para seus olhos ternos  que nos veríamos novamente.
No dia seguinte, eu fui assaltado. Perdi o número dela. Depois daquele dia a procurei no supermercado, perguntei de amigos, mas não a encontrei. 

Duas semanas se passaram, eu tinha perdido as esperanças, quando a polícia ligou para meu telefone fixo. Eles haviam capturado o bandido e recuperado o meu celular. Naquele momento a felicidade invadiu meu peito. Fui correndo pegar meu aparelho. 
Consegui recuperar seu número, mas foi difícil convencê-la do que havia acontecido.  Ela não queria acreditar em mim. Pensava que estava mentindo ou inventando alguma desculpa. Porém eu lutei muito, para recuperar  seu carinho e sua ternura. 
Consegui convencê-la de que nos víssemos novamente e quando a encontrei lhe dei um livro, um buquê de rosas, uma caixa de chocolate e lhe pedir seu perdão.
Então ela aceitou. Nós começamos a namorar e com o tempo nos apaixonamos cada vez mais. E agora cinco anos depois desse episódio, eu me casei com ela, e por isso todos os anos durante as compras do natal, quando entro numa fila de supermercado, eu lembro com alegria dessa inesquecível história de amor. 
Escrito por: Denise Mendes  

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